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quinta-feira, 8 de março de 2012

Você Sabe o que é Intolerância ao Glúten?

Você Sabe o que é Intolerância ao Glúten? 


Doença celíaca ou Intolerância ao Glúten


O glúten é uma proteína encontrada em quatro tipos de alimentos. Esses alimentos são o trigo, a cevada, incluindo o malte que é um subproduto da cevada, a aveia e o centeio. Qualquer receita ou produto alimentar que apresenta, na composição, um desses alimentos, vai possuir o glúten mesmo que em pequenas quantidades. Para algumas pessoas, a ingestão de glúten provoca danos na parede do intestino delgado, o que acarreta em prejuízos para a saúde. Essa doença é chamada de doença celíaca. 

Você vive se queixando de diarréia, já esteve no seu médico várias vezes e ainda não descobriu o que tem? Talvez o problema esteja em algum lugar da sua cozinha - mais especificamente na cesta de pães, no armário das massas ou na lata de biscoitos.


Alimentos feitos de trigo, como os citados acima, e alguns outros grãos contêm uma proteína chamada glúten. E se você sofre de doença celíaca ou intolerância ao glúten e o mal ainda não foi detectado, toda vez que comer algo que tenha a referida proteína entre os ingredientes será vítima de uma reação que danificará o forro do intestino delgado Os nutrientes não serão absorvidos apropriadamente, e isso desencadeará reações físicas.

intolerância ao gluten vem desafiando o conhecimento científico há muito tempo devido à sua apresentação clínica variada, que abrange desde sintomas leves e pouco específicos - como uma criança que não ganha peso - até uma síndrome clássica de má absorção intestinal em pacientes desnutridos. "Como se não bastasse tamanha variedade clínica, há ainda os casos completamente assintomáticos, que causam enorme polêmica", afirma a nutróloga Amanda Epifanio Pereira, de São Paulo.

Quando ingerido, o glúten, ao chegar ao intestino, estimula a produção de anticorpos, principalmente as imunoglobulinas do tipo IgA. Eles atuam sobre as vilosidades do intestino, que se atrofiam e deixam de desempenhar a função de captação dos macro e micronutrientes. "Como resultado, os nutrientes não absorvidos são eliminados com as fezes, e o organismo fica privado de nutrientes básicos, tornando-se desnutrido com o passar do tempo", diz a médica.

O que é doença celíaca? A doença celíaca é uma desordem do sistema imune, ou seja, é uma doença auto-imune, que provoca danos na mucosa do intestino delgado. O intestino delgado possui vilosidades, algo semelhante a pregas, que faz com que a área de absorção de nutrientes obtidos através da alimentação seja maior. O intestino do celíaco que ingere glúten apresenta uma diminuição das vilosidades, acarretando na dificuldade de absorção de nutrientes, principalmente gordura, cálcio, ferro e ácido fólico. 

O que é o sistema imune? O sistema imune é o processo de defesa do corpo. Ele detecta corpos estranhos no organismo e trabalha para combatê-los. É o que acontece, por exemplo, com o vírus da gripe. Quando ele entra em nosso organismo, o sistema imune produz células de defesa, chamadas de anticorpos, para curar a gripe. Mas o que o glúten tem a ver com isso? Pois bem, nos celíacos quando o glúten é ingerido, o sistema imune entende que essa proteína é um corpo estranho e, assim, começa a produzir anticorpos específicos que prejudicam a mucosa intestinal, provocando os danos descritos acima. É um erro do sistema imune em reconhecer o glúten como um corpo estranho e atacar as células do próprio corpo, por isso, a doença celíaca é conhecida como uma doença auto-imune. 
doença celíaca geralmente manifesta-se na infância, nos primeiros três anos de vida, quando há a introdução de cereais na dieta, embora também possa surgir na idade adulta. "Hoje, o que é possível afirmar é que alguns fatores predispõem uma pessoa a tornar-se celíaca. O primeiro deles é a herança genética. A incidência em parentes de primeiro grau é de 30%, e a patologia tem uma incidência duas vezes maior nas mulheres que nos homens", informa Amanda Epifanio.

O que causa a doença celíaca? 
Acredita-se que a doença celíaca seja desenvolvida por pessoas geneticamente suscetíveis. Nessas pessoas, por exemplo, algum tipo de infecção viral ou por bactérias pode dar início à doença. Também, indivíduos com parentes de primeiro grau (pais, irmãos, filhos) possuem risco maior de tornarem-se celíacos.  

glúten pode desencadear uma série de reações e problemas no organismo das pessoas portadoras da doença celíaca, mas os sintomas variam de acordo com o paciente e a quantidade ingerida. O mais comum, entretanto, é a diarréia crônica, que ocorre em cerca de 70% dos casos diagnosticados. "Trata-se de diarréia intermitente, de três a quatro vezes ao dia, com características clássicas de má absorção como fezes em grande volume, aspecto espumoso, odor desagradável, aparência oleosa e tendência à flutuação. É comum a associação com dor abdominal do tipo cólica e distensão secundária à fermentação de lactose", explica a gastroenterologista pediátrica Vera Lúcia Sdepanian, de São Paulo.

Algum grau de perda de peso também é normal, mas a intensidade depende da falta de apetite associada e da má absorção dos alimentos. "É frequente a anemia por deficiência de ferro e ácido fólico, além de múltiplas deficiências nutricionais, que colaboram para os 70% de incidência de redução da massa mineral óssea nesses pacientes", alerta Vera Lúcia.

Quais são os principais sintomas? Os principais sintomas são: 
- diarréia;     gases;     vômito;    perda de peso;     fome intensa;      fraqueza;    fadiga;     ausência de menstruação;     infertilidade;    irritação;     depressão.

Devido à má absorção de nutrientes, algumas conseqüências podem surgir em celíacos, entre elas: 
- osteoporose;    anemia;   infertilidade;     defeitos no nascimento;    deficiência no crescimento em crianças. 

Todas as pessoas apresentam os sintomas? 
Nem todas as pessoas apresentam sintomas. Estima-se que 50 a 60% dos celíacos tem pouco ou nenhum sintoma. A doença pode ser descoberta após intervenção cirúrgica gastrointestinal, estresse, gravidez, infecção viral ou bacteriana.  

Como é feito o diagnóstico?O diagnóstico da doença celíaca é feito através de testes de anticorpos sangüíneos, biópsia do intestino seguida de uma dieta livre de glúten para analisar os sintomas e observar se há melhora nas vilosidades do intestino. De acordo com os resultados, principalmente da biopsia, é confirmada a presença da doença celíaca. 

Tratamento

O principal tratamento para a doença celíaca é a exclusão do glúten da dieta. "Não é fácil, pois o glúten é encontrado no trigo, centeio, cevada, possivelmente aveias e em alguns outros grãos. E você não pode apenas reduzir o consumo de glúten, já que a dieta tem de ser 100% sem glúten. O dano no intestino leva tempo para ser curado. É esse dano que leva aos sintomas, e estes continuam, mesmo depois que um alimento com glúten estiver fora do seu sistema", diz a nutróloga Amanda Epifanio.

O impacto na vida social também pode ser grande. A professora de matemática Clarisse Almeida, 59 anos, evitava levar a filha Clara Maria, 28, celíaca desde um ano e meio de idade, à casa de parentes e festinhas. "Na primeira escapada alguém queria dar pão escondido para ela. Na escola era ainda mais complicado", lembra.

Essa "escapada" pode comprometer os cuidados com a dieta. Isso porque um único biscoito pode anular os efeitos de uma alimentação sem glúten por cinco dias, por exemplo. "Pessoas com diabetes enfrentam um desafio adicional para se manter sem glúten. Você estará mudando muitas das usuais fontes de carboidratos, e isso afetará sobremaneira o nível de açúcar no sangue", esclarece a nutróloga.

Segundo ela, evitar a ingestão de produtos em embalagens fechadas e fora de casa é uma boa estratégia para combater o mal. "Opte por alimentos de procedência conhecida e procure comer legumes simples, frutas, carne, peixe, ovos e arroz. Esses alimentos são naturalmente sem glúten", prossegue.

E se por alguma razão a ingestão de empacotados é inevitável, a especialista recomenda a leitura dos ingredientes que compõem o produto a ser consumido. "Não tem certeza? Não coma. Há muitos produtos em cuja embalagem vem escrito "Sem Glúten" ou "Gluten Free", conclui Amanda Epifanio.  

Por:
Roberta dos Santos Silva 
Nutricionista-chefe do programa Cyber Diet, formada pela Universidade Católica de Santos 

A alimentação do celíaco: 
Alimentos proibidos e que devem ser eliminados da alimentação
- Trigo; aveia;  centeio;  cevada 
Qualquer produto industrializado, inclusive bebidas, e receitas que contenham esses alimentos não podem ser ingeridos, mesmo que seja em quantidades muito pequenas. Assim, é preciso observar que carnes e legumes empanados não devem ser consumidos. Até mesmo, o óleo de fritura onde foram imersos alimentos contendo, por exemplo, farinha de trigo, deve ser descartado. Deve-se até evitar compartilhar pratos onde foi servida alguma preparação contendo os alimentos proibidos. 
A farinha de rosca comumente não é vista como um alimento que contém glúten. Como ela produzida a partir do pão e este contém farinha de trigo, conseqüentemente, a farinha de rosca contém glúten. 
Nos restaurantes e festas de amigos, é necessário pedir informações para certificar que o alimento está isento de glúten. É importante explicar para as pessoas próximas a necessidade de não ingerir os alimentos proibidos para que haja a compreensão de todos que convivem com o celíaco. 
O cuidado deve ser tanto que não pode polvilhar fôrmas com as farinhas feitas dos alimentos proibidos. 
Se há alguma dúvida ou suspeita da presença de glúten no alimento, ele não deve ser ingerido. 


Alimentos permitidos 
Arroz e creme de arroz;
Milho: farinha de milho, fubá, amido de milho ou maisena, flocos de milho, canjica, pipoca. 
Batata: fécula de batata. 
Mandioca: farinha de mandioca, polvilho doce, polvilho azedo. 
As bebidas alcoólicas permitidas são o vinho, aguardente, espumante ou champagne e saquê. 

É possível encontrar diversas receitas que substituem a farinha de trigo pela farinha feita a partir dos alimentos permitidos como, por exemplo, a utilização de amido de milho. 

Advertência: Não contém glúten 
Em 2004, entrou em vigor, no Brasil, a lei que obriga todos os alimentos industrializados a advertir sobre a presença ou não de glúten, através da indicação Contém Glúten ou Não contém Glúten , conforme o caso. É muito importante o celíaco se munir dessa ferramenta e sempre buscar no rótulo do alimento a informação sobre a presença ou não de glúten. Se não houver nenhuma inscrição, não consuma o alimento. 

domingo, 4 de março de 2012

Intolerância à Lactose

Você Sabe o que é Intolerância à Lactose?

É a incapacidade de aproveitarmos a lactose, ingrediente característico do leite animal ou derivados (laticínios) que produz alterações abdominais, no mais das vezes, diarréia, que é mais evidente nas primeiras horas seguintes ao seu consumo.

O que é a Lactase ou Lactose?
A Lactose é o açucar do leite, um dissacarídeo que com a ação da enzima lactase, tranforma-se em dois monosacarídeos: glucose e galactose. Estes carboidratos simples, após formados, são facilmente absorvidos pelo corpo. No entanto, a falta ou deficiência na produção da lactase faz com que a lactose chegue até o intestino grosso sem ser absorvida pelo organismo. Ela é fermentada por bactérias causando gases e sintomas típicos de indigestão.

Como se Desenvolve?
Na superfície mucosa do intestino delgado há células que produzem, estocam e liberam uma enzima digestiva (fermento) chamada lactase, responsável pela digestão da lactose. Quando esta é mal absorvida passa a ser fermentada pela flora intestinal, produzindo gás e ácidos orgânicos, o que resulta na assim chamada diarréia osmótica, com grande perda intestinal dos líquidos orgânicos.
Existem pessoas que nascem sem a capacidade de produzir lactase e, enquanto bebês, sequer podem ser amamentados, pois surge implacável diarréia.
Por outro lado, em qualquer época da vida pode aparecer esta incapacidade de produção ou uma inibição temporária, por exemplo, na seqüência de uma toxinfecção alimentar que trouxe dano à mucosa intestinal. Igualmente, a dificuldade pode advir de lesões intestinais crônicas como nas doenças de Crohn e de Whipple, doença celíaca, giardíase, AIDS, desnutrição e também pelas retiradas cirúrgicas de longos trechos do intestino (síndrome do intestino curto).
A deficiência congênita é comum em prematuros nascidos com menos de trinta semanas de gravidez.
Nos recém-nascidos de gestações completas, os casos são raros e de caráter hereditário.
A concentração da lactase nas células intestinais é farta ao nascermos e vai decrescendo com a idade.
Nos EUA, um a cada quatro ou cinco adultos pode sofrer de algum grau de intolerância ao leite. Os descendentes brancos de europeus têm uma incidência menor de 25%, enquanto que na população de origem asiática o problema alcança 90%. Nos afro-americanos, nos índios e nos judeus, bem como nos mexicanos, a intolerância à lactose alcança níveis maiores que 50% dos indivíduos.

O que se Sente?
É variável de pessoa a pessoa e de acordo com a quantidade ingerida.
Assim, a maioria dos deficientes de lactase pode ingerir o equivalente a um ou dois copos de leite ao dia, desde que com amplos intervalos e não diariamente. Ainda que minoritários, não são raras as pessoas que, desde pequenas, evitam ou não gostam do leite, mesmo sem se darem conta que são assim porque o leite e derivados lhes faz mal.
Os pacientes percebem aumento de ruídos abdominais, notam que a barriga fica inchada e que eliminam mais gases. Quando a dose de leite ou derivados é maior surge diarréia líquida, acompanhada de cólicas. A queixa de ardência anal e assadura é porque a acidez fecal passa a ser intensa (pH 6,0).
A maioria dos pacientes que só tem intolerância a lactose, não tem evidências de desnutrição, nem mesmo maior perda de peso. Quando isso ocorre, pode haver a associação da intolerância com outras doenças gastro-intestinais.

Como o Médico faz o Diagnóstico?
Frequentemente a intolerância à lactose é sugerida pela história clínica, principalmente quando os dados são definidos e especificamente perguntados.
A diminuição de sintomas após algumas semanas de dieta livre de lactose serve como teste diagnóstico/ terapêutico.
O Teste de Tolerância à Lactose é o usado em nosso meio, pois não dispomos do Teste Respiratório, tido com o mais sensível e certamente o mais simples dos métodos.
Entre nós, o paciente recebe para beber um copo d'água contendo de 50 a 100 g de lactose e lhe é tirado sangue quatro a cinco vezes no espaço de duas horas. Quando a diferença entre a dosagem sanguínea da lactose de jejum e o pico da curva das demais medidas se mostrar menor de 20 mg%, o teste tem "curva plana" e é considerado positivo, indicando má absorção de lactose nessas pessoas.
Há possibilidade de erro nos diabéticos, entre outros. A ocorrência de diarréia, ainda no laboratório e ou nas primeiras horas a seguir, reforça a conclusão de diagnóstico positivo para intolerância à lactose.

Como se Trata e Como se Previne?
Uma vez caracterizado o diagnóstico, pode se prevenir novos sintomas não usando leite e laticínios. Usando-os, a prevenção é mediante a tomada de fermento sintético prévia a qualquer ingestão de lactose. Cabe salientar que vários medicamentos, inclusive antidiarréicos e anti-reumáticos contêm lactose no chamado excipiente, ou seja, no pó ou no líquido necessário para poder conter a substância básica num comprimido ou solução; isso é importante quando avaliamos os efeitos indesejáveis referidos pelos usuários. 

Qual o Teor de Lactose em um Copo de Leite?
O leite de vaca, assim como todos os outros leites de origem animal, contém em média 5 gramas de lactose por cada 100 ml de leite. Assim, um copo de leite (250 ml) contém 12,5 g de lactose. O leite humano é o mais rico em lactose. Ele contém cerca de 7g de lactose por cada 100ml.

Como Saber se Você Tem Intolerância à Lactose?
Em primeiro lugar é muito importante ressaltar que existem níveis de intolerância, pois a quantidade de enzima lactase produzida pelo corpo varia de pessoa para pessoa. Algumas pessoas possuem uma deficiência mínima na produção da enzima, ao passo que outras não a produzem. Isto irá afetar o seu nível de intolerância.

Quais são os Tipos de Exames Existentes?
1. Tolerância à lactose: a lactose depois de digerida produz duas moléculas: a glicose e a galactose. Para fazer este teste o paciente ingere em jejum um líquido com dose concentrada de lactose e durante duas horas obtém-se várias amostras de sangue para medir o nível de glicose, que reflete a digestão do açúcar do leite. Se a lactose não é quebrada, o nível de glicose no sangue não aumentará e, conseqüentemente, o diagnóstico de intolerância à lactose será confirmado. Este exame não é indicado para crianças pequenas.
2. Hidrogênio exalado: (em inglês, Hidrogen Breath Test). Este exame mede a quantidade de hidrogênio exalado, que em situações normais é bem pequena. O quadro é diferente quando as bactérias do intestino grosso fermentam a lactose (que não foi digerida) e produzem vários gases, incluindo o hidrogênio, que por sua vez é absorvido e ao chegar aos pulmões e é exalado. Para fazer o exame, o paciente ingere uma solução de lactose e o hidrogênio expirado é medido em intervalos regulares. Níveis elevados de hidrogênio indicam uma digestão inadequada da lactose.
3. Deposição de ácidos : trata-se de um exame indicado tanto para crianças pequenas como para crianças maiores. A lactose não digerida é fermentada pelas bactérias do intestino grosso e produzem ácido láctico e ácidos graxos de cadeias curtas e ambos podem ser detectados em uma amostra de deposição.
4. Exame Genético: este é um exame novo, que promete ser a melhor forma de diagnosticar a intolerância à lactose pois é rápido e não produz sintomas desagradáveis como no caso do exame de ingestão de lactose. Neste exame o paciente retira uma pequena amostra de sangue e seu DNA é estudado para verificar se há mutação em relação à produção da enzima lactase. O resultado sai em 5 dias.

Reposição de Cálcio
Uma das maiores preocupações para pessoas com intolerância à lactose é adotar uma dieta que suplemente os nutrientes encontrados no leite, principalmente o cálcio. Cerca de 70% do cálcio da alimentação humana vêm do leite e seus derivados. Por esta razão, é importante, na medida do possível, manter uma dieta com ingestão de pelo menos alguns produtos lácteos, mantendo uma quantidade que seja bem tolerada pelo seu organismo. Além disso, é importante a orientação de um nutricionista para auxiliá-lo na readequação de seus hábitos alimentares. 

A Verdade Sobre a Lactose
Qual a sua nacionalidade ou etnia? Essas informações dão boas pistas quanto a você apresentar ou não uma deficiência de lactase. Cerca de 90% dos asiáticos, por exemplo, sofrem de intolerância à lactose em algum grau. Quase 75% dos afro-americanos, judeus, índios e mexicano-americanos adultos são intolerantes à lactose. Na verdade, a única população relativamente livre desse problema são os descendentes dos europeus do norte.

Mas a intolerância à lactose não é um problema do tipo "oito ou oitenta". É normal que o nível da lactase no trato intestinal comece a cair após os três anos de idade. O que varia muito entre as pessoas é o quão íngreme essa queda ocorre, levando aos sintomas de diarréia, cãibras e gases. A gravidade dos sintomas depende de quão baixos são os seus níveis de lactase. Em casos raros, crianças nascem sem a habilidade de produzir lactase. Para a maioria das pessoas, no entanto, a deficiência de lactase é uma condição que se desenvolve naturalmente com o passar do tempo. Muitas pessoas podem não sentir os sintomas por muito tempo.
Qualquer doença que afete as células produtoras de lactase do intestino delgado, como uma inflamação ou mesmo uma gripe, podem disparar uma deficiência temporária de lactase. Nestes casos, chama-se de deficiência secundária de lactase que costuma ser temporária. Quando a doença acabar e as células se recuperarem, voltarão a produzir a enzima. No entanto, se sofreu uma cirurgia no estômago ou no intestino, sua incapacidade de produzir lactase pode ser permanente.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa: alguém com intolerância à lactose pode ser capaz de beber um copo de leite e não sentir nada, enquanto outra com um caso mais grave pode não tolerar uma colher de leite no café sem sentir os efeitos. E a pessoa que não teve sintomas com um copo de leite pode sofrer se também comer sorvete na sobremesa, pois passou da sua capacidade de digerir lactose.

Na próxima seção, vamos ver as diferenças entre a intolerância e a alergia, além de diferentes maneiras de viver com esse problema. 





sábado, 25 de fevereiro de 2012

Tuberculose

Tuberculose
A tuberculose - chamada antigamente de "peste cinzenta", e conhecida também em português como tísica pulmonar ou "doença do peito" - é uma das doenças infecciosas documentadas desde mais longa data e que continua a afligir a Humanidade nos dias atuais. É causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo-de-koch. Estima-se que a bactéria causadora tenha evoluído há 40.000 anos, a partir de outras bactérias do gênero Mycobacterium.
A tuberculose é considerada uma doença socialmente determinada, pois sua ocorrência está diretamente associada à forma como se organizam os processos de produção e de reprodução social, assim como à implementação de políticas de controle da doença. Os processos de produção e reprodução estão diretamente relacionados ao modo de viver e trabalhar do indivíduo.
A tuberculose pulmonar é a forma mais frequente e generalizada da doença. Porém, o bacilo da tuberculose pode afetar também outras áreas do nosso organismo, como, por exemplo, laringe, os ossos e as articulações, a pele (lúpus vulgar), os glânglios linfáticos (escrófulo), os intestinos, os rins e o sistema nervoso. A tuberculose miliar consiste num alastramento da infeção a diversas partes do organismo, por via sanguínea. Este tipo de tuberculose pode atingir as meninges (membranas que revestem a medula espinhal e o encéfalo), causando infecções graves denominadas de "meningite tuberculosa".
Em diversos países houve a ideia de que por volta de 2010 a doença estaria praticamente controlada e inexistente. No entanto, o advento do HIV e da AIDS mudaram drasticamente esta perspectiva. No ano de 1993, em decorrência do número de casos da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de emergência global e propôs o DOTS (Tratamento Diretamente Supervisionado) como estratégia para o controle da doença.

Sintomas Mais Comuns
Entre seus sintomas, pode-se mencionar tosse com secreção, febre (mais comumente ao entardecer), suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento, cansaço fácil e dores musculares. Dificuldade na respiração, eliminação de sangue e acúmulo de pus na pleura pulmonar são característicos em casos mais graves.

Contágio e Evolução
A tuberculose se dissemina através de aerossóis no ar que são expelidas quando pessoas com tuberculose infecciosa tossem, espirram. Contactos próximos (pessoas que tem contato frequente) tem alto risco de se infectarem. A transmissão ocorre somente a partir de pessoas com tuberculose infecciosa ativa (e não de quem tem a doença latente).
A probabilidade da transmissão depende do grau de infecção da pessoa com tuberculose e da quantidade expelida, forma e duração da exposição ao bacilo, e a virulência.
A cadeia de transmissão pode ser interrompida isolando-se pacientes com a doença ativa e iniciando-se uma terapia antituberculose eficaz.

Notificação
A tuberculose é uma doença de notificação obrigatória (compulsória), ou seja, qualquer caso confirmado tem que ser obrigatoriamente notificado.

Infecção
A infecção pelo M. tuberculosis se inicia quando o bacilo atinge os alvéolos pulmonares e pode se espalhar para os nódulos linfáticos e daí, através da corrente sanguínea para tecidos mais distantes onde a doença pode se desenvolver: a parte superior dos pulmões, os rins, o cérebro e os ossos.
A resposta imunológica do organismo mata a maioria dos bacilos, levando à formação de um granuloma. Os "tubérculos", ou nódulos de tuberculose são pequenas lesões que consistem em tecidos mortos de cor acinzentada contendo a bactéria da tuberculose.
Normalmente o sistema imunológico é capaz de conter a multiplicação do bacilo, evitando sua disseminação em 90% dos casos.

Evolução
Entretanto, em algumas pessoas, o bacilo da tuberculose supera as defesas do sistema imunológico e começa a se multiplicar, resultando na progressão de uma simples infecção por tuberculose para a doença em si. Isto pode ocorrer logo após a infecção (tuberculose primária – 1 a 5% dos casos), ou vários anos após a infecção (reativação da doença tuberculosa, ou bacilo dormente – 5 a 9 %).
Cerca de 5% das pessoas infectadas vão desenvolver a doença nos dois primeiros anos, e outras 5% vão desenvolvê-la ainda mais tarde. No total, cerca de 10% dos infectados com sistema imunológico normal desenvolverão a doença durante a vida. 
Algumas situações aumentam o risco de progressão da tuberculose. Em pessoas infectadas com o HIV ou outras doenças que deprimem o sistema imunológico tem muito mais chances de desenvolverem complicações. Outras situações de risco incluem: o abuso de drogas injetáveis; infecção recente de tuberculose nos últimos 2 anos; raio-x do tórax que sugira a existência de tuberculose (lesões fibróticas e nódulos); diabetes mellitus, silicose, terapia prolongada com corticosteróides e outras terapias imuno-supressivas, câncer na cabeça ou pescoço, doenças no sangue ou reticuloendoteliais (leucemia e doença de Hodgkin), doença renal em estágio avançado, gastrectomia, síndromes de mal-absorção crônicas, ou baixo peso corporal (10% ou mais de peso abaixo do ideal).
A tuberculose afeta principalmente os pulmões, (75% ou mais) e é chamada de tuberculose pulmonar.
Os sintomas incluem tosse prolongada com duração de mais de três semanas, dor no peito e hemoptise. Outros sintomas incluem febre, calafrios, suores noturnos, perda de apetite e de peso, e cansaço fácil. A palavra consunção (consumpção, em Portugal) surgiu porque os doentes pareciam ter sido "consumidos por dentro" pela doença.
Outros locais do corpo que são afetados incluem a pleura, o sistema nervoso central (meninges), o sistema linfático, o sistema genitourinário, ossos e articulações, ou pode ser disseminada pelo corpo (tuberculose miliar - assim chamada porque as lesões que se formam parecem pequenos grãos de milho). Estas são mais comuns em pessoas com supressão imunológica e em crianças. A tuberculose pulmonar também pode evoluir a partir de uma tuberculose extrapulmonar.

Resistência a Medicamentos
A tuberculose resistente é transmitida da mesma forma que as formas sensíveis a medicamentos. A resistência primária se desenvolve em pessoas infectadas inicialmente com microorganismos resistentes. A resistência secundária (ou adquirida) surge quando a terapia contra a tuberculose é inadequada ou quando não se segue ou se interrompe o regime de tratamento prescrito.

Diagnóstico
Uma avaliação médica completa para a tuberculose ativa inclui um histórico médico, um exame físico, a baciloscopia de escarro, uma radiografia do tórax e culturas microbiológicas. A prova tuberculínica (também conhecida como teste tuberculínico ou teste de Mantoux) está indicada para o diagnóstico da infecção latente, mas também auxilia no diagnóstico da doença em situações especiais, como no caso de crianças com suspeita de tuberculose. Toda pessoa com tosse por três semanas ou mais é chamada sintomática respiratória (SR) e pode estar com tuberculose.

Baciloscopia

A baciloscopia é um exame realizado com o escarro do paciente suspeito de ser vítima de tuberculose, colhido em um potinho estéril. Para o exame são necessárias duas amostras. Uma amostra deve ser colhida no momento da identificação do sintomático respiratório e a outra na manhã do dia seguinte, com o paciente ainda em jejum após enxaguar a boca com água. É importante orientar o paciente a não cuspir, mas sim escarrar. Esse exame está disponível no SUS e pode ser solicitado por enfermeiros e médicos.



Histórico Médico
O histórico médico inclui a obtenção de sintomas da tuberculose pulmonar:
  • tosse intensa e prolongada por três ou mais semanas;
  • dor no peito; e
  • hemoptise.
Sintomas sistêmicos incluem:
  • febre;
  • calafrios;
  • suores noturnos;
  • perda de apetite e peso; e
  • cansaço fácil.
Outras partes do histórico médico incluem:
  • exposição anterior à tuberculose, na forma de infecção ou doença;
  • tratamento anterior de TB;
  • fatores de risco demográficos para a TB; e
  • condições médicas que aumentem o risco de infecção por tuberculoses, tais como a infecção por HIV.
Deve-se suspeitar de tuberculose quando uma doença respiratória persistente - num indivíduo que de outra forma seria saudável - não estiver respondendo aos antibióticos regulares.

Exame Físico

Um exame físico é feito para avaliar a saúde geral do paciente e descobrir outros fatores que podem afetar o plano de tratamento da tuberculose. Não pode ser usado como diagnosticador da Tuberculose.

Radiografia do Tórax


Uma radiografia postero-anterior do tórax é a tradicionalmente feita; outras vistas (lateral ou lordótico) ou imagens de tomografia computadorizada podem ser necessárias.

Em tuberculose pulmonar ativa, infiltrações ou consolidações e/ou cavidades são frequentemente vistas na parte superior dos pulmões com ou sem linfadenopatia (doença nos nódulos linfáticos) mediastinal ou hilar. No entanto, lesões podem aparecer em qualquer lugar nos pulmões. Em pessoas com HIV e outras imuno-supressões, qualquer anormalidade pode indicar a TB, ou o raio-x dos pulmões pode até mesmo parecer inteiramente normal.
Em geral, a tuberculose anteriormente tratada aparece no raio-x como nódulos pulmonares na área hilar ou nos lóbulos superiores, apresentando ou não marcas fibróticas e perda de volume. Bronquiectastia (isto é, dilatação dos brônquios com a presença de catarro) e marcas pleurais podem estar presentes.
Nódulos e cicatrizes fibróticas podem conter bacilos de tuberculose em multiplicação lenta, com potencial para progredirem para uma futura tuberculose ativa. Indivíduos com estas características em seus exames, se tiverem um teste positivo de reação subcutânea à tuberculina, devem ser consideradas candidatos de alta prioridade ao tratamento da infecção latente, independente de sua idade. De modo oposto, lesões granulares calcificadas (granulomas calcificados) apresentam baixíssimo risco de progressão para uma tuberculose ativa.
Anormalidades detectadas em radiografias do tórax podem sugerir, porém, nunca são exatamente o diagnóstico, de tuberculose. Entretanto, estas radiografias podem ser usadas para descartar a possibilidade de tuberculose pulmonar numa pessoa que tenha reação positiva ao teste de tuberculina mas que não tenha os sintomas da doença.

Estudos microbiológicos

Análises de amostras de escarro e culturas microbiológicas devem ser feitas para detectar o bacilo, caso o paciente esteja produzindo secreção. Se não estiver produzindo-a, uma amostra coletada na laringe, uma broncoscopia ou uma aspiração por agulha fina podem ser consideradas. O bacilo pode ser cultivado, apesar de crescer lentamente e então, ou imediatamente após colheita da amostra corado (com a técnica de Ziehl-Neelsen) e observado ao microscópio óptico.



Teste intradérmico de tuberculina


O teste intradérmico de Mantoux é usado no Brasil, nos EUA e no Canadá. O teste de Heaf é usado no Reino Unido. Esses testes não têm nenhuma importância diagnóstica. Um resultado positivo indica que houve contato com o bacilo, mas não indica doença, já que, após o contágio, o indivíduo apresenta 5% de chances de desenvolver a doença nos primeiros 2 anos. Este teste é utilizado para fins de controle epidemiológico e profilaxia em contactantes de pacientes com tuberculose.
O derivado de proteína purificada (ou PPD), que é um precipitado obtido de culturas filtradas e esterilizadas, é injetado de forma intradérmica (isto é, dentro da pele) e a leitura do exame é feita entre 48 e 72 horas após a aplicação do PPD. Um paciente que foi exposto à bactéria deve apresentar uma resposta imunológica na pele.


Classificação da Reação à Tuberculina

Os resultados são classificados como Reator Forte, Reator Fraco ou Não Reator. Um endurecimento de mais de 5–15 mm (dependendo dos fatores de risco da pessoa) a 10 unidades de Mantoux é considerado um resultado positivo, indicando infecção pelo M. tuberculosis.
  • 5 mm ou mais de tamanho são positivos para a TB em:
    • pacientes positivos para o HIV
    • contatos com casos recentes de TB
    • pessoas com mudanças nodulares ou fibróticas em raios-x do tórax, consistentes com casos antigos de TB curada
    • Pacientes com órgãos transplantados e outros pacientes imuno-suprimidos
  • 10 mm ou mais é positivo em:
    • Pessoas recém-chegadas (menos de 5 anos) de países com alta incidência da doença (isso inclui quem mora no Brasil)
    • Utilizadores de drogas injetáveis
    • Residentes e empregados de locais de aglomerações de alto risco (ex.: prisões, enfermarias, hospitais, abrigos de sem-teto, etc.)
    • Pessoal de laboratórios onde se faça testes com Mycobacterium
    • Pessoas com condições clínicas de alto risco (ex.:, diabetes, terapias prolongadas com corticosteróides, leucemia, falência renal, síndromes de mal-absorção crônicas, reduzido peso corporal, etc)
    • Crianças com menos de 4 anos de idade, ou crianças e adolescentes expostos a adultos nas categorias de alto risco
  • 15 mm ou mais é positivo em: (Não utilizado no Brasil)
    • Pessoas sem fatores de risco conhecidos para a TB
    • (Nota: programas de testes cutâneos normalmente são conduzidos entre grupos de alto risco para a doença)
Um teste negativo não exclui tuberculose ativa, especialmente se o teste foi feito entre 6 e 8 semanas após adquirir-se a infecção; se a infecção for intensa, ou se o paciente tiver comprometimento imunológico.
Um teste positivo não indica doença ativa, apenas que o indivíduo teve contato com o bacilo.
Não há relação entre a eficácia da vacina BCG e um teste de Mantoux positivo.
Uma BCG é suficiente; a revacinação não é útil. Uma vacinação prévia por BCG dá, por vezes, resultados falso-positivos. Isto torna o teste de Mantoux pouco útil em pessoas vacinadas por BCG.
A fim de melhorar o Teste de Mantoux, outros testes estão sendo desenvolvidos. Um dos considerados promissores observa a reação de linfócitos-T aos antígenos ESAT6 e CFP10.

Teste de Heaf
O Teste de Heaf é usado no Reino Unido, e também injeta a proteína purificada (PPD) na pele, observando-se a reação resultante.
Quando alguém é diagnosticado com tuberculose, todos os seus contatos próximos devem ser investigados com um teste de Mantoux e, principalmente, radiografias de tórax, a critério médico.

Sistema de Classificação


O sistema de classificação para a tuberculose mostrado abaixo é baseado no grau de patogenia da doença.
Os agentes de saúde devem obedecer às leis de cada país no tocante à notificação de casos de tuberculose. As situações descritas em 3 ou 5 na tabela abaixo devem ser imediatamente notificadas às autoridades de saúde locais.

Sistema de Classificação Para a Tuberculose. (TB)
Classe
Tipo
Descrição
0
Nenhuma exposição à TB
Não Infectado
Nenhum histórico de exposição
Reação negativa ao teste de tuberculina dérmico

1
Exposição à TB
Nenhuma evidência de infecção
Histórico de exposição
Reação negativa ao teste dérmico de tuberculina

2

Infecção de TB
Sem doença
Reação positiva ao teste dérmico de tuberculina
Estudos bacteriológicos negativos (caso tenham sido feitos)
Nenhuma evidência clínica, bacteriológica ou radiográfica de TB
3

TB clinicamente ativa
Cultura de M. tuberculosis (caso tenha sido feita)
Evidências clínicas, bacteriológicas, ou radiográficas da doença.
4
TB
não ativa clinicamente
Histórico de episódio(s) de TB
ou
Sinais anormais porém estáveis nas radiografias
Reação positiva ao teste dérmico de tuberculina
Estudos bacteriológicos negativos (se feitos)
e
Nenhuma evidência clínica ou radiográfica de presença da doença
5
Suspeita de TB
Diagnóstico pendente
A doença deve ser confirmada ou descartada dentro de 3 meses


Tratamento
Pessoas com infecção de Tuberculose (classes 2 ou 4), mas que não têm a doença (como nas classes 3 ou 5), não espalham a infecção para outras pessoas. A infecção por Tuberculose numa pessoa que não tem a doença não é considerada um caso de Tuberculose e normalmente é relatada como uma infecção latente de Tuberculose. Esta distinção é importante porque as opções de tratamento são diferentes para quem tem a infecção latente e para quem tem a doença ativa.

Tratamento de infecção latente de tuberculose


O tratamento da infecção latente é essencial para o controle e eliminação da TB, pela redução do risco de a infecção vir a tornar-se doença ativa. Uma avaliação para descartar TB ativa é necessária antes que um tratamento para tuberculose latente seja iniciado.
Candidatos ao tratamento de tuberculose latente são aqueles grupos de muito alto risco, com reação positiva à tuberculina de 5 mm ou mais, assim como aqueles grupos de alto risco com reações cutâneas de 10 mm ou mais. 
Há vários tipos de tratamento disponíveis, a critério médico.
Contatos próximos
Contatos próximos são aqueles que dividem a mesma habitação ou outros ambientes fechados. Aqueles com riscos maiores são as crianças com idade inferior a 4 anos, pessoas imuno-deprimidas e outros que possam desenvolver a TB logo após uma infecção. Contatos próximos que tenham tido uma reação negativa ao teste de tuberculina (menos de 5 mm) devem ser novamente testados 10 a 12 semanas após sua última exposição à TB. O tratamento da tuberculose latente pode ser descontinuado a critério médico.
Crianças
Crianças com menos de 4 anos de idade tem grande risco de progressão de uma infecção para a doença, e de desenvolverem formas de TB potencialmente fatais. Estes contatos próximos normalmente devem receber tratamento para tuberculose latente mesmo quando não os testes de tuberculina ou o raio-x do tórax não sugere TB.
Um segundo teste de tuberculina normalmente é feito de 10 a 12 semanas após a última exposição à TB infecciosa, para que se decida se o tratamento será descontinuado ou não.

Tratamento de Tuberculose Ativa
Os tratamentos recentes para a tuberculose ativa incluem uma combinação de drogas e remédios, às vezes num total de quatro, que são reduzidas após certo tempo, a critério médico. Não se utiliza apenas uma droga, pois, neste caso, todas as bactérias sensíveis a ela morrem, e, três meses depois, o paciente sofrerá infecção de bactérias que conseguiram resistir a esta primeira droga. Alguns medicamentos matam a bactéria, outros agem contra a bactéria infiltrada em células, e outros, ainda, impedem a sua multiplicação. Ressalve-se que o tratamento deve seguir uma continuidade com acompanhamento médico, e não suspenso pelo paciente após uma simples melhora. Com isto evita-se que cepas da bactéria mais resistentes sobrevivam no organismo, e retornem posteriormente com uma infecção mais difícil de curar. O tratamento pode durar até 5 anos.

Prevenção
A imunização com vacina BCG dá entre 50% a 80% de resistência à doença. Em áreas tropicais onde a incidência de mycobactérias atípicas é elevada (a exposição a algumas "mycobacterias" não transmissoras de tuberculose dá alguma proteção contra a TB), a eficácia da BCG é bem menor. No Reino Unido adolescentes de 15 anos são normalmente vacinadas durante o período escolar.

História da Tuberculose
Por conta de seus variados sintomas, a tuberculose não era identificada como uma única doença até à segunda década do século XIX, e não era chamada de tuberculose até ser batizada em 1839 por J.L. Schoenlein. Algumas formas da doença provavelmente eram conhecidas deste a Grécia antiga, senão antes, considerando-se que a doença se originou a partir do primeiro gado domesticado (no qual também originou a varíola humana). e antigamente não existia vacina.

O bacilo causador da doença, Mycobacterium tuberculosis foi descrito em 24 de março de 1882 por Robert Koch. Ele recebeu em 1905 o Prémio Nobel de medicina por sua descoberta. Koch não acreditava que as tuberculoses bovina e humana fossem similares, o que impediu o reconhecimento do leite infectado como fonte da doença. Mais tarde, esta fonte foi eliminada graças à pasteurização. Koch apresentou um extrato de glicerina com o bacilo da tuberculose como um "remédio" para a doença em 1890, chamando-o de tuberculina. Ele não teve eficácia, porém, foi mais tarde adaptado por von Pirquet para um teste para tuberculose pré-sintomática.
O primeiro sucesso genuíno de vacinação contra a tuberculose foi desenvolvido a partir de linhagens atenuadas da tuberculose bovina, e criado por Albert Calmette e Camille Guerin em1906. Era a vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guerin). Ela foi usada pela primeira vez em humanos em 18 de julho de 1921 na França, apesar de arrogâncias nacionais terem impedido a disseminação de seu uso, seja nos EUA, Reino Unido ou Alemanha até o final da Segunda Guerra Mundial.
A tuberculose causou enorme preocupação pública no século XIX e no início do século XX, como a doença endêmica entre as classes pobres das cidades. Na Inglaterra de 1815, uma entre quatro mortes eram devido à tísica pulmonar; por volta de 1918, uma dentre seis mortes na França ainda era causada pela Tuberculose. Depois de ter ficado claro, por volta de 1880, que a doença era contagiosa, a tuberculose se tornou uma doença de notificação obrigatória na Grã-Bretanha; foram feitas campanhas para que não se escarrasse em locais públicos, e as pessoas com a infecção eram "encorajadas" a irem para sanatórios que chegavam a lembrar prisões. Apesar dos "benefícios" do ar fresco e do trabalho empregados nos sanatórios, 75% dos que neles entravam morriam num prazo de 5 anos (dados de 1908).
A preocupação com a disseminação foi tanta em alguns países, como os EUA, que chegou a surgir um movimento contrário a que se escarrasse em público, exceto em locais com escarradeiras.
Na Europa, as mortes por Tuberculose caíram de 500 por 100 000 pessoas em 1850 para 50 em 100 000 por volta de 1950. Melhorias na saúde pública já vinham reduzindo a incidência de tuberculose mesmo antes do surgimento dos antibióticos, apesar de a importância da doença ainda ser grande quando o chamado Medical Research Council da Grã-Bretanha lançou seus primeiros projetos para a doença em 1913.
Somente após 1946, com o desenvolvimento do antibiótico estreptomicina é que o tratamento, e não apenas a prevenção, se tornaram possíveis. Antes disso, somente a intervenção cirúrgica era possível como tratamento (além dos sanatórios), incluindo a técnica do pneumotórax: provocar o colapso de um pulmão infectado para deixá-lo "descansar" e permitir a cicatrização das lesões, técnica muito habitual mas pouco benéfica, e que foi posta de lado após 1946.
Esperanças de que a doença pudesse ser completamente eliminada foram frustradas desde o surgimento de cepas de bacilos resistentes aos antibióticos nos anos 1980. Por exemplo, os casos de Tuberculose no Reino Unido, por volta de 50 000 em 1955, caíram para cerca de 5 500 em 1987, mas em 2001 havia mais de 7 000 casos confirmados. Por conta da eliminação de instalações de tratamento públicas em Nova Iorque nos anos 1970, houve uma ressurgência da doença nos anos 1980. O número daqueles que interrompem seu tratamento é muito alto. Nova Iorque teve que lidar com mais de 20 000 pacientes "desnecessários" com muitas cepas resistentes a muitas das drogas normalmente usadas. O ressurgimento da tuberculose resultou na declaração de uma emergência médica global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1993.
Um outro sério agravante foi a epidemia de AIDS pelo mundo, que permite aumenta em muitas vezes as chances de desenvolvimento de sérias complicações da tuberculose. TB foi a principal responsável pela morte de pessoas com AIDS no mundo nas últimas décadas.
Em 2003, pesquisadores criaram acidentalmente, em laboratório, uma cepa mais letal e de reprodução mais rápida de bactérias da tuberculose.

Transmissão
A tuberculose é transmitida por aerossóis produzidos por um indivíduo contaminado quando este tosse, fala, espirra ou cospe.

Vítimas Famosas
  • Álvares de Azevedo (1831 - 1852) (20 anos), escritor brasileiro.
  • Anton Tchecov (1860 - 1904) (44 anos), escritor Russo.
  • Auta de Souza (1876 - 1901) (24 anos), poetisa brasileira.
  • Castro Alves (1847 - 1871) (24 anos), poeta brasileiro.
  • George Orwell (1903 - 1950) (46 anos), escritor Britânico.
  • Giovanni Battista Pergolesi (1710 - 1736) (26 anos), compositor italiano do Barroco.
  • Emily Brontë (1818 - 1848) (29 anos), escritora inglesa.
  • Ismael Nery (1900 - 1934) (33 anos), pintor brasileiro.
  • João de Cruz e Sousa (1861 - 1898) (36 anos), escritor brasileiro, precursor do estilo literário Simbolismo.
  • José de Alencar (1829 - 1877) (48 anos), escritor brasileiro.
  • Júlio Dinis (1839 - 1871) (31 anos), escritor português.
  • Cesário Verde (1855 - 1886) (31 anos), poeta português.
  • Lev Vygotsky (1896 - 1934) (37 anos), psicólogo bielo-russo.
  • Manuel Bandeira (1886 - 1968) (82 anos), escritor brasileiro.
  • Noel Rosa (1910 - 1937 (26 anos), cantor e compositor brasileiro.
  • D. Pedro I do Brasil (IV de Portugal) (1798 - 1834) (35 anos).
  • Souji Okita (1843? - 1868), samurai do séc XIX, pertencente à milícia Shinsengumi, que morreu de tuberculose aos 25 anos, no primeiro ano da era Meiji.
  • Vivien Leigh (1913 - 1967) (53 anos), atriz inglesa, vencedora de 2 Academy Awards, famosa por seu papel como Scarlett O'Hara na adaptação cinematográfica de E o Vento Levou, de 1939.
  • John Keats (1795 - 1821) (25 anos), poeta inglês. Foi o último dos poetas românticos do país, e, aos 25, o mais jovem a morrer.

Tuberculose no Mundo
Todos os anos 1960 milhões de pessoas são infectadas com tuberculose. Embora atualmente esta doença tenha tratamento, ainda mata anualmente 1.7 milhões de pessoas principalmente na África e no sudeste da Ásia.
Com controle feito pela OMS e outras organizações de saúde, e com tratamentos cada vez mais eficazes para doenças imunes, o número de casos no mundo vêm caindo consideravelmente em todos os continentes. O local com mais casos é o sudeste asiático com 34%, seguindo da África com 30% dos casos e da ilhas do Pacífico com 21%. Na Europa ocorrem apenas 4,5% e nas Américas apenas 2,9%.
O Brasil é, segundo dados de 2010 do Ministério da Saúde, o 19º país com maior número de casos da doença. Cerca de 73% dos novos casos são curados, 12% a menos do preconizado pela OMS.

Qual a causa?
Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK). Outras espécies de micobactérias também podem causar a tuberculose. São elas: Mycobacterium bovis, africanum e microti.

Como se prevenir?
Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. 

Que fatores facilitam o surgimento da doença?

  • Morar em região de grande prevalência da doença;
  • Ser profissional da área da saúde;
  • Confinamentos em asilos, presídios, manicômios ou quartéis;
  • Ser negro - a raça negra parece ser mais suscetível à infecção pelo bacilo da tuberculose;
  • Predisposição genética;
  • Idade avançada;
  • Desnutrição;
  • Alcoolismo;
  • Uso de drogas ilícitas;
  • Uso crônico de medicações como os que transplantados de órgãos usam, como corticoides ou outras que também diminuam a defesa do organismo;
  • Doenças como SIDA, diabetes, insuficiência crônica dos rins, silicone (doença crônica pulmonar) ou tumores.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico?
Qual a conduta no caso da tuberculose, durante a gravidez?
Como fica a situação do recém-nascido que vive com um adulto com tuberculose?
Os remédios para tuberculose diminuem o efeito do anticoncepcional oral?
Quais são os efeitos colaterais mais freqüentes que podem surgir com o uso dos medicamentos contra tuberculose?
As pessoas com doença crônica do fígado podem fazer o tratamento usual contra tuberculose?