Você Sabe o que é Intolerância ao Glúten?
Doença celíaca ou Intolerância ao Glúten
O glúten é uma proteína encontrada em quatro tipos de alimentos. Esses alimentos são o trigo, a cevada, incluindo o malte que é um subproduto da cevada, a aveia e o centeio. Qualquer receita ou produto alimentar que apresenta, na composição, um desses alimentos, vai possuir o glúten mesmo que em pequenas quantidades. Para algumas pessoas, a ingestão de glúten provoca danos na parede do intestino delgado, o que acarreta em prejuízos para a saúde. Essa doença é chamada de doença celíaca.
Você vive se queixando de diarréia, já esteve no seu médico várias vezes e ainda não descobriu o que tem? Talvez o problema esteja em algum lugar da sua cozinha - mais especificamente na cesta de pães, no armário das massas ou na lata de biscoitos.
Alimentos feitos de trigo, como os citados acima, e alguns outros grãos contêm uma proteína chamada glúten. E se você sofre de doença celíaca ou intolerância ao glúten e o mal ainda não foi detectado, toda vez que comer algo que tenha a referida proteína entre os ingredientes será vítima de uma reação que danificará o forro do intestino delgado Os nutrientes não serão absorvidos apropriadamente, e isso desencadeará reações físicas.
A intolerância ao gluten vem desafiando o conhecimento científico há muito tempo devido à sua apresentação clínica variada, que abrange desde sintomas leves e pouco específicos - como uma criança que não ganha peso - até uma síndrome clássica de má absorção intestinal em pacientes desnutridos. "Como se não bastasse tamanha variedade clínica, há ainda os casos completamente assintomáticos, que causam enorme polêmica", afirma a nutróloga Amanda Epifanio Pereira, de São Paulo.
Quando ingerido, o glúten, ao chegar ao intestino, estimula a produção de anticorpos, principalmente as imunoglobulinas do tipo IgA. Eles atuam sobre as vilosidades do intestino, que se atrofiam e deixam de desempenhar a função de captação dos macro e micronutrientes. "Como resultado, os nutrientes não absorvidos são eliminados com as fezes, e o organismo fica privado de nutrientes básicos, tornando-se desnutrido com o passar do tempo", diz a médica.
O que é doença celíaca? A doença celíaca é uma desordem do sistema imune, ou seja, é uma doença auto-imune, que provoca danos na mucosa do intestino delgado. O intestino delgado possui vilosidades, algo semelhante a pregas, que faz com que a área de absorção de nutrientes obtidos através da alimentação seja maior. O intestino do celíaco que ingere glúten apresenta uma diminuição das vilosidades, acarretando na dificuldade de absorção de nutrientes, principalmente gordura, cálcio, ferro e ácido fólico.
O que é o sistema imune? O sistema imune é o processo de defesa do corpo. Ele detecta corpos estranhos no organismo e trabalha para combatê-los. É o que acontece, por exemplo, com o vírus da gripe. Quando ele entra em nosso organismo, o sistema imune produz células de defesa, chamadas de anticorpos, para curar a gripe. Mas o que o glúten tem a ver com isso? Pois bem, nos celíacos quando o glúten é ingerido, o sistema imune entende que essa proteína é um corpo estranho e, assim, começa a produzir anticorpos específicos que prejudicam a mucosa intestinal, provocando os danos descritos acima. É um erro do sistema imune em reconhecer o glúten como um corpo estranho e atacar as células do próprio corpo, por isso, a doença celíaca é conhecida como uma doença auto-imune.
A doença celíaca geralmente manifesta-se na infância, nos primeiros três anos de vida, quando há a introdução de cereais na dieta, embora também possa surgir na idade adulta. "Hoje, o que é possível afirmar é que alguns fatores predispõem uma pessoa a tornar-se celíaca. O primeiro deles é a herança genética. A incidência em parentes de primeiro grau é de 30%, e a patologia tem uma incidência duas vezes maior nas mulheres que nos homens", informa Amanda Epifanio.
A doença celíaca geralmente manifesta-se na infância, nos primeiros três anos de vida, quando há a introdução de cereais na dieta, embora também possa surgir na idade adulta. "Hoje, o que é possível afirmar é que alguns fatores predispõem uma pessoa a tornar-se celíaca. O primeiro deles é a herança genética. A incidência em parentes de primeiro grau é de 30%, e a patologia tem uma incidência duas vezes maior nas mulheres que nos homens", informa Amanda Epifanio.
O que causa a doença celíaca?
Acredita-se que a doença celíaca seja desenvolvida por pessoas geneticamente suscetíveis. Nessas pessoas, por exemplo, algum tipo de infecção viral ou por bactérias pode dar início à doença. Também, indivíduos com parentes de primeiro grau (pais, irmãos, filhos) possuem risco maior de tornarem-se celíacos.
O glúten pode desencadear uma série de reações e problemas no organismo das pessoas portadoras da doença celíaca, mas os sintomas variam de acordo com o paciente e a quantidade ingerida. O mais comum, entretanto, é a diarréia crônica, que ocorre em cerca de 70% dos casos diagnosticados. "Trata-se de diarréia intermitente, de três a quatro vezes ao dia, com características clássicas de má absorção como fezes em grande volume, aspecto espumoso, odor desagradável, aparência oleosa e tendência à flutuação. É comum a associação com dor abdominal do tipo cólica e distensão secundária à fermentação de lactose", explica a gastroenterologista pediátrica Vera Lúcia Sdepanian, de São Paulo.
Algum grau de perda de peso também é normal, mas a intensidade depende da falta de apetite associada e da má absorção dos alimentos. "É frequente a anemia por deficiência de ferro e ácido fólico, além de múltiplas deficiências nutricionais, que colaboram para os 70% de incidência de redução da massa mineral óssea nesses pacientes", alerta Vera Lúcia.
Acredita-se que a doença celíaca seja desenvolvida por pessoas geneticamente suscetíveis. Nessas pessoas, por exemplo, algum tipo de infecção viral ou por bactérias pode dar início à doença. Também, indivíduos com parentes de primeiro grau (pais, irmãos, filhos) possuem risco maior de tornarem-se celíacos.
O glúten pode desencadear uma série de reações e problemas no organismo das pessoas portadoras da doença celíaca, mas os sintomas variam de acordo com o paciente e a quantidade ingerida. O mais comum, entretanto, é a diarréia crônica, que ocorre em cerca de 70% dos casos diagnosticados. "Trata-se de diarréia intermitente, de três a quatro vezes ao dia, com características clássicas de má absorção como fezes em grande volume, aspecto espumoso, odor desagradável, aparência oleosa e tendência à flutuação. É comum a associação com dor abdominal do tipo cólica e distensão secundária à fermentação de lactose", explica a gastroenterologista pediátrica Vera Lúcia Sdepanian, de São Paulo.
Algum grau de perda de peso também é normal, mas a intensidade depende da falta de apetite associada e da má absorção dos alimentos. "É frequente a anemia por deficiência de ferro e ácido fólico, além de múltiplas deficiências nutricionais, que colaboram para os 70% de incidência de redução da massa mineral óssea nesses pacientes", alerta Vera Lúcia.
Quais são os principais sintomas? Os principais sintomas são:
- diarréia; gases; vômito; perda de peso; fome intensa; fraqueza; fadiga; ausência de menstruação; infertilidade; irritação; depressão.
Devido à má absorção de nutrientes, algumas conseqüências podem surgir em celíacos, entre elas:
- osteoporose; anemia; infertilidade; defeitos no nascimento; deficiência no crescimento em crianças.
- diarréia; gases; vômito; perda de peso; fome intensa; fraqueza; fadiga; ausência de menstruação; infertilidade; irritação; depressão.
Devido à má absorção de nutrientes, algumas conseqüências podem surgir em celíacos, entre elas:
- osteoporose; anemia; infertilidade; defeitos no nascimento; deficiência no crescimento em crianças.
Todas as pessoas apresentam os sintomas?
Nem todas as pessoas apresentam sintomas. Estima-se que 50 a 60% dos celíacos tem pouco ou nenhum sintoma. A doença pode ser descoberta após intervenção cirúrgica gastrointestinal, estresse, gravidez, infecção viral ou bacteriana.
Nem todas as pessoas apresentam sintomas. Estima-se que 50 a 60% dos celíacos tem pouco ou nenhum sintoma. A doença pode ser descoberta após intervenção cirúrgica gastrointestinal, estresse, gravidez, infecção viral ou bacteriana.
Como é feito o diagnóstico?O diagnóstico da doença celíaca é feito através de testes de anticorpos sangüíneos, biópsia do intestino seguida de uma dieta livre de glúten para analisar os sintomas e observar se há melhora nas vilosidades do intestino. De acordo com os resultados, principalmente da biopsia, é confirmada a presença da doença celíaca.
Tratamento
O principal tratamento para a doença celíaca é a exclusão do glúten da dieta. "Não é fácil, pois o glúten é encontrado no trigo, centeio, cevada, possivelmente aveias e em alguns outros grãos. E você não pode apenas reduzir o consumo de glúten, já que a dieta tem de ser 100% sem glúten. O dano no intestino leva tempo para ser curado. É esse dano que leva aos sintomas, e estes continuam, mesmo depois que um alimento com glúten estiver fora do seu sistema", diz a nutróloga Amanda Epifanio.
O impacto na vida social também pode ser grande. A professora de matemática Clarisse Almeida, 59 anos, evitava levar a filha Clara Maria, 28, celíaca desde um ano e meio de idade, à casa de parentes e festinhas. "Na primeira escapada alguém queria dar pão escondido para ela. Na escola era ainda mais complicado", lembra.
Essa "escapada" pode comprometer os cuidados com a dieta. Isso porque um único biscoito pode anular os efeitos de uma alimentação sem glúten por cinco dias, por exemplo. "Pessoas com diabetes enfrentam um desafio adicional para se manter sem glúten. Você estará mudando muitas das usuais fontes de carboidratos, e isso afetará sobremaneira o nível de açúcar no sangue", esclarece a nutróloga.
Segundo ela, evitar a ingestão de produtos em embalagens fechadas e fora de casa é uma boa estratégia para combater o mal. "Opte por alimentos de procedência conhecida e procure comer legumes simples, frutas, carne, peixe, ovos e arroz. Esses alimentos são naturalmente sem glúten", prossegue.
E se por alguma razão a ingestão de empacotados é inevitável, a especialista recomenda a leitura dos ingredientes que compõem o produto a ser consumido. "Não tem certeza? Não coma. Há muitos produtos em cuja embalagem vem escrito "Sem Glúten" ou "Gluten Free", conclui Amanda Epifanio.
O principal tratamento para a doença celíaca é a exclusão do glúten da dieta. "Não é fácil, pois o glúten é encontrado no trigo, centeio, cevada, possivelmente aveias e em alguns outros grãos. E você não pode apenas reduzir o consumo de glúten, já que a dieta tem de ser 100% sem glúten. O dano no intestino leva tempo para ser curado. É esse dano que leva aos sintomas, e estes continuam, mesmo depois que um alimento com glúten estiver fora do seu sistema", diz a nutróloga Amanda Epifanio.
O impacto na vida social também pode ser grande. A professora de matemática Clarisse Almeida, 59 anos, evitava levar a filha Clara Maria, 28, celíaca desde um ano e meio de idade, à casa de parentes e festinhas. "Na primeira escapada alguém queria dar pão escondido para ela. Na escola era ainda mais complicado", lembra.
Essa "escapada" pode comprometer os cuidados com a dieta. Isso porque um único biscoito pode anular os efeitos de uma alimentação sem glúten por cinco dias, por exemplo. "Pessoas com diabetes enfrentam um desafio adicional para se manter sem glúten. Você estará mudando muitas das usuais fontes de carboidratos, e isso afetará sobremaneira o nível de açúcar no sangue", esclarece a nutróloga.
Segundo ela, evitar a ingestão de produtos em embalagens fechadas e fora de casa é uma boa estratégia para combater o mal. "Opte por alimentos de procedência conhecida e procure comer legumes simples, frutas, carne, peixe, ovos e arroz. Esses alimentos são naturalmente sem glúten", prossegue.
E se por alguma razão a ingestão de empacotados é inevitável, a especialista recomenda a leitura dos ingredientes que compõem o produto a ser consumido. "Não tem certeza? Não coma. Há muitos produtos em cuja embalagem vem escrito "Sem Glúten" ou "Gluten Free", conclui Amanda Epifanio.
Por:
Roberta dos Santos Silva
Nutricionista-chefe do programa Cyber Diet, formada pela Universidade Católica de Santos
Roberta dos Santos Silva
Nutricionista-chefe do programa Cyber Diet, formada pela Universidade Católica de Santos
A alimentação do celíaco:
Alimentos proibidos e que devem ser eliminados da alimentação
- Trigo; aveia; centeio; cevada
Qualquer produto industrializado, inclusive bebidas, e receitas que contenham esses alimentos não podem ser ingeridos, mesmo que seja em quantidades muito pequenas. Assim, é preciso observar que carnes e legumes empanados não devem ser consumidos. Até mesmo, o óleo de fritura onde foram imersos alimentos contendo, por exemplo, farinha de trigo, deve ser descartado. Deve-se até evitar compartilhar pratos onde foi servida alguma preparação contendo os alimentos proibidos.
A farinha de rosca comumente não é vista como um alimento que contém glúten. Como ela produzida a partir do pão e este contém farinha de trigo, conseqüentemente, a farinha de rosca contém glúten.
Nos restaurantes e festas de amigos, é necessário pedir informações para certificar que o alimento está isento de glúten. É importante explicar para as pessoas próximas a necessidade de não ingerir os alimentos proibidos para que haja a compreensão de todos que convivem com o celíaco.
O cuidado deve ser tanto que não pode polvilhar fôrmas com as farinhas feitas dos alimentos proibidos.
Se há alguma dúvida ou suspeita da presença de glúten no alimento, ele não deve ser ingerido.
Alimentos permitidos
Arroz e creme de arroz;
Milho: farinha de milho, fubá, amido de milho ou maisena, flocos de milho, canjica, pipoca.
Batata: fécula de batata.
Mandioca: farinha de mandioca, polvilho doce, polvilho azedo.
As bebidas alcoólicas permitidas são o vinho, aguardente, espumante ou champagne e saquê.
É possível encontrar diversas receitas que substituem a farinha de trigo pela farinha feita a partir dos alimentos permitidos como, por exemplo, a utilização de amido de milho.
Arroz e creme de arroz;
Milho: farinha de milho, fubá, amido de milho ou maisena, flocos de milho, canjica, pipoca.
Batata: fécula de batata.
Mandioca: farinha de mandioca, polvilho doce, polvilho azedo.
As bebidas alcoólicas permitidas são o vinho, aguardente, espumante ou champagne e saquê.
É possível encontrar diversas receitas que substituem a farinha de trigo pela farinha feita a partir dos alimentos permitidos como, por exemplo, a utilização de amido de milho.
Advertência: Não contém glúten
Em 2004, entrou em vigor, no Brasil, a lei que obriga todos os alimentos industrializados a advertir sobre a presença ou não de glúten, através da indicação Contém Glúten ou Não contém Glúten , conforme o caso. É muito importante o celíaco se munir dessa ferramenta e sempre buscar no rótulo do alimento a informação sobre a presença ou não de glúten. Se não houver nenhuma inscrição, não consuma o alimento.
Em 2004, entrou em vigor, no Brasil, a lei que obriga todos os alimentos industrializados a advertir sobre a presença ou não de glúten, através da indicação Contém Glúten ou Não contém Glúten , conforme o caso. É muito importante o celíaco se munir dessa ferramenta e sempre buscar no rótulo do alimento a informação sobre a presença ou não de glúten. Se não houver nenhuma inscrição, não consuma o alimento.