O que é?
Sinusite (sinus
= seios + ite = inflamação) é uma doença com base inflamatória e/ou infecciosa que
acomete as cavidades existentes ao redor do nariz. Estas deveriam comunicar-se
com as fossas nasais sem impedimentos! São cavidades revestidas por uma mucosa
que necessita ventilação para a manutenção da normalidade na região.
Os
seios peri nasais são cavidades situadas junto ao nariz onde se acumula muco
que em condições normais deve ser claro e fluido e que escorre normalmente para
o nariz (fossas nasais) sem criar quaisquer problemas.
A figura apresenta a região do nariz em uma visualização interna de seus componentes. Observe a proximidade destas cavidades para-nasais (ao redor do nariz) com as estruturas das órbitas (olhos), dentes e do cérebro. Sinusites podem levar a complicações sérias nestas regiões vizinhas!
Existem quatro tipos de seios; os seios maxilares que se situação nas maxilas da face, os seios frontais que se situam na testa por cima do nariz e os seios etmoidais (do etmóide) que estão atrás do nariz e juntos à testa e cabeça e o seio do esfenóide. Quando eles inflamam forma-se a sinusite.
Em situações normais estas cavidades escoam o seu liquido para as fossas nasais e tudo funciona bem.
Mas em algumas pessoas esse líquido pode ficar acumulado provocando uma inflamação, situação em que a pessoa passa a sofrer de sinusite.
A sinusite é frequente quando a pessoa se constipa ou quando sofre de alergias, situações em que o seu sistema imunológico está mais debilitado e em que a produção de fluidos é maior.
A drenagem destes fluidos acaba muitas das vezes por ser afetada e por provocar inflamações dos seios paranasais (frontais, etmoidais e maxilares) provocando aquilo a que se chama sinusite.
A sinusite pode ser aguda ou crónica sendo que a sinusite aguda pode ter uma duração de uma a quatro semanas e a sinusite crônica pode durar mais de três meses consecutivos.
Como se adquire?
Após infecção viral, inflamação de origem alérgica ou por poluentes, a mucosa da região nasal aumenta de volume e obstrui a comunicação destas cavidades com as fossas nasais. Esta obstrução acarreta o início da colonização por germes e fungos que estão presentes na região, mas não encontravam condições favoráveis ao seu crescimento.
O que se sente?
Quando a sinusite atinge os seios maxilares podem surgir dores a nível das maxilas, dentes, etc., devido à infecção e inflamação dos seios maxilares, a doença pode gerar sensação de "peso na face", corrimento nasal, dores de cabeça, sensação de mau cheiro oriunda do nariz ou da boca e obstrução nasal com eventuais espirros.
Quando a sinusite atinge os seios frontais e ou etmoidais as dores de cabeça podem ser demasiado fortes e incapacitantes o que requer uma atenção urgente devido ao desconforto que existe.
Quais são as causas?
Os casos mais comuns que podem desencadear a sinusite são: a gripe comum, alergia, desvio do septo nasal e condições climáticas aversivas. As infecções mais frequentes são por infecção viral pelo rinovírus, adenovírus, vírus respiratório sincicial ou/e para-influenza. A infecção pode acometer diretamente a mucosa de várias cavidades paranasais simultaneamente. Em biópsias de casos cirúrgicos geralmente identificam vários agentes infecciosos presentes simultaneamente em mais de uma via respiratória.
Em alguns raros casos a origem de sinusite maxilar pode ser uma infecção nos dentes.
Muitas das causas da sinusite advém das infecções respiratórias que inflamam as mucosas do nariz e consequentemente os seios peri nasais.
Alergias, desvios do septo nasal, etc. podem dificultar a drenagem do muco ou provocar reacções inflamatórias que produzem muco "em excesso" que leva a uma maior acumulação e por consequência inflamação.
Fisiopatologia
A fisiopatologia das sinusites é determinada tanto por fatores do individuo (sistêmicos e locais) quanto do meio ambiente. Dentre os fatores que do individuo que favorecem seu aparecimento estão os problemas imunológicos, como ocorre nas deficiências de anticorpos, diabetes, mucoviscidose (em que as secreções são mais espessas), alergia respiratória, discinesia ciliar primária e AIDS.
Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico é feito através da história que o paciente relata, exame físico da região e de exames radiológicos eventualmente necessários.
Como se trata?
Por vezes a sinusite é apenas um desconforto temporário que passa ao fim de alguns dias sem cuidados de maior.
No entanto muitas das vezes há que fazer um tratamento médico para controlar a infecção e permitir a drenagem dos seios peri nasais.
Nesta ultima situação pode ser necessário recorrer a antibióticos como forma de controlar a infecção e impedir maiores desconfortos e problemas.
Aí sim tratamento é feito com analgésicos, medicamentos para melhorar a permeabilidade nasal e antibióticos específicos aos germes que forem encontrados na região. Trata-se com medicamentos antifúngicos as infecções fúngicas sinusais.
Como se previne?
Existem várias maneiras de prevenir a sinusite. O primeiro passo é fazer de tudo para garantir uma boa função nasal, é manter as cavidades bem ventiladas, o que pode ser feito limpando bem o nariz com uma solução salina (água com uma pitada de sal ou soro fisiológico). Manter a casa bem limpa também contribuem na prevenção de alergias. Beber bastante água ajuda a manter os mucos menos densos.
Um alergista pode fazer um exame para verificar a quais possíveis agentes alergênicos o paciente reage.
A correção cirúrgica de eventuais desvios septais obstrutivos e/ou cornetos nasais obstrutivos podem prevenir as sinusites.
Quem vive em regiões frias ou com grandes variações climáticas ao longo dos dias ou meses, deve tomar cuidados mais intensos pela propensão maior da doença.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico:
- A minha sinusite tem cura?
- Se ela retorna freqüentemente não seria necessário combater os fatores predisponentes?
- Quais as repercussões a médio e longo prazo de uma sinusite mal tratada?
Autor
Dr. José H. Müller
Dr. José H. Müller
Classificação:
Esta patologia pode se dividir em três tipos:
- Infecciosa: a sinusite neste caso tem características de dor na região dos seios da face, seguida de obstrução nasal, secreção purulenta e febre.
- Alérgica: apresenta dor nos ossos da face, ocasionalmente febre e vem com todos os sintomas comuns da alergia, coriza clara e abundante, obstrução nasal e crises de espirros. e também tosses abundantes.
- Traumática: causada por diferença de pressão. Por exemplo, durante viagens de avião ou mergulho. Suas características são a dor maxilar e pouca obstrução nasal.
Além disso elas são classificadas de acordo com o tempo que duram:
- Aguda: Duração de menos de 1 mês.
- Sub-aguda: Duração entre 1 e 3 meses.
- Crônica: Duração superior a 3 meses.
- Aguda recorrente: 3 ou mais episódios por ano, com cada episódio durando menos de duas semanas.
Além da gravidade da doença, a sinusite pode ser classificada pela cavidade nasal que afeta:
- Maxilar
- Frontal
- Etmoidal
- Esfenoidal
Fatores de Risco
- Desvio de septo e outras obstruções anatômicas.
- Conviver constantemente entre grandes aglomerados humanos.
- Sistema imunológico deficiente.
- Outras infecções nas vias respiratórias.
- Viajar de avião ou mergulhos profundos.
- Fumar ou conviver com fumantes.
- Beber pouca água.
- Poluição do ar.
- Ambiente empoeirado, sujo ou arenoso.
- Alergias.
- Ambientes frios.
- Grandes variações climáticas.
- Refluxo gastroesofágico.
- Problemas hormonais.
Complicações
As complicações podem ocorrer por causa da patogenicidade exacerbada do agente infeccioso, vulnerabilidade do sistema de defesa, alteração da estrutura da cavidade paranasal ou por agravantes ambientais (como re-contaminações de poluentes e fatores desencadeantes de alergias).
A infecção pode se espalhar para as regiões próximas contaminando a garganta, boca, dentes e órbitas oculares. De forma semelhante também pode infectar os ossos faciais causando osteomielite. As complicações são cada vez mais raras desde o desenvolvimento dos antibióticos e antifúngicos modernos.
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